Exatamente, aquele momento quando tossir e espirrar começa a virar motivo de vergonha.

A gente sabe que não é fácil… Há temas que parece que é melhor “fazer de conta que não existem”. Que dão a sensação de que “se não falar, não acontece”. A incontinência urinária é um deles.  Você já escutou alguém comentar seriamente sobre este tema?

Por isso convidamos a Suzanne Ginzberg, Fisioterapeuta pélvica (Crefito 3 244800f) pra compartilhar com a gente mais informação sobre essa condição que muitas vezes está relacionada com a queda dos estrogênios durante o Climatério e que causa tanta vergonha.

Se você já experimentou escapes de xixi quando tossiu, espirrou ou em uma aula de jumping, esses “escapes de xixi” são característicos da incontinência urinária! 

Não é normal o xixi escapar, nem algumas gotas. Não devemos nos acostumar com essas perdas porque esses episódios afetam a qualidade de vida. A gente acaba se afastando de muitas atividades que gostamos devido à vergonha ou ao constrangimento de ter uma perda de urina “, conta Suzanne.

E os números mostram que a incontinência acontece com mais frequência do que a gente pensa:

Uma em cada três mulheres tem “perda” de urina a partir dos 45 anos.

A principal causa de incontinência nas mulheres é o enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico. A menopausa “intensifica” esse processo graças a diminuição do estrogênio, responsável pelo colágeno que mantém as estruturas de sustentação.

Embora a incontinência urinária tenha uma maior incidência em mulheres acima de 45 anos, ela não é uma questão exclusiva dessa faixa etária! O Climatério, período em temos uma diminuição dos níveis estrogênicos pode ser um dos disparadores, mas não é o único: obesidade, gestações, partos, sedentarismo e constipação intestinal também colaboram.  

O importante é que a incontinência não deve ser “normalizada”.

Por tabu, desinformação ou estereótipo, muitas mulheres associam os escapes de xixi somente a menopausa, acham que é um tema da “idade” e não procuram ajuda. Na maioria dos casos essa queixa quase sempre se inicia antes, na gestação ou no pós parto, e somente se agrava no Climatério.  

Outra informação interessante é que mulheres que praticam atividade física de impacto também podem apresentar perda de urina graças aos esforços. Exatamente. Exercícios de alto impacto podem causar incontinência assim como o sedentarismo. Tudo graças ao assoalho pélvico, que, nos dois casos, acaba sofrendo, ou por excesso ou por falta de exercícios.  

Assoalho pélvico? Sim! Não podemos falar sobre incontinência sem falar sobre os músculos do assoalho pélvico! Esse grupo de músculos localizados na nossa parte inferior da nossa  pele, tem funções muito importantes como a continência urinária e fecal, a sustentação dos órgãos pélvicos (bexiga, útero e reto) e, não menos importante, uma função sexual .

Portanto é fundamental exercitar essa musculatura ao longo da nossa vida, principalmente agora que estamos vivendo cada vez mais. Sabemos que nem sempre é uma tarefa fácil localizar e ativar essa musculatura. A as pesquisas mostram que quando os fisioterapeutas, pedem a contração desses músculos, 30% dos pacientes não conseguem identificá-los.

Você quer saber identificar os movimentos do teu assoalho pélvico? Uma boa dica é visualizar com um espelhinho e observar o movimento do anus fechando e subindo e também pela auto palpação na região entre o anus e a vagina. Não tenham vergonha. É o teu corpo.

Para fortalecer e reforçar o assoalho pélvico – especialmente se você estiver sofrendo episódios de incontinência – um dos tratamentos mais indicados é a fisioterapia pélvica. A sociedade Internacional de Incontinência indica a fisioterapia como primeira alternativa de tratamento para esta condição! 

Um fisioterapeuta especializado irá avaliar toda a estrutura muscular e sua função como contrair, relaxar, endurecer e coordenação. Vai entender as necessidades. E preparar uma rotina. Uma vez que a paciente aprende a realizar os exercícios eles podem – e devem -continuar sendo feitos em casa. Você sabia que é fundamental incluir o fortalecimento do assoalho pélvico dentro de suas atividades diárias? Você já faz esses exercícios?

No Instagram do @noapausa.br tem um vídeo explicando vários.

Outra boa notícia é que, além da fisioterapia, existem várias técnicas e tratamentos caso você precise:

  • Modificação de hábitos (evitar consumir alimentos e bebidas irritantes e beber bastante água). Não é um tratamento, mas ajuda a melhorar.;
  • Tratamentos com laser (de acordo com as estatísticas, esses tratamentos garantem um mínimo de 50 % de melhora na incontinência urinária que não se pode solucionar com fisioterapia, sem necessidade de cirurgia);
  • Pessários (são dispositivos colocados na vagina que servem para elevar e sustentar, reposicionando o útero, a vagina, a bexiga ou o reto, quando algum deles desceu de seu lugar habitual devido a tecidos e músculos fracos do assoalho pélvico);

E, se nada disso der resultado, existe como última possibilidade a cirurgia corretiva.

Ou seja, existem alternativas. Não há desculpas para não procurar ajuda.

Vocês sabiam de tudo isso? A gente não. 

Obrigada Suzane por compartilhar toda essa informação com a gente. 

Como a gente diz sempre no No Pausa: informação é poder!