Este é um tema dá o que falar! Muito interesse, muitas fãs e muita crítica! E… será que funciona?
Antes de começarmos a ver se essas terapias realmente podem ajudar durante o climatério/menopausa, gostaríamos de responder à primeira pergunta que sempre fazem pra gente:
Qual é a diferença entre fitomedicina e fitoterapia?
O uso de plantas medicinais e produtos de origem vegetal para fins terapêuticos, seja para prevenir, atenuar ou curar um estado patológico, é conhecido como fitoterapia.
Esse conhecimento ancestral (não estamos falando de algo novo, moderno ou legal) foi baseado ao longo dos anos no conhecimento empírico popular e no conhecimento de diferentes etnias ou civilizações antigas.
Ao longo dos anos, a fitoterapia precisou de validade científica às suas propriedades e aos usos atribuídos a ela. Para isso, foram realizados estudos, ensaios clínicos, quantificação de princípios ativos e outros, dando origem a outro termo: Fitomedicina.
De maneira simples, a Fitomedicina é a prática que reúne o conhecimento ancestral da fitoterapia (o uso das plantas como remédio) e o conhecimento que a ciência nos traz hoje. Ou seja, fornece remédios ou preparações com todos os rigores da medicina baseada em evidências.
Florencia Fasanella, Farmacêutica da Universidade de Buenos Aires (MN 17501), especialista em Fitomedicina, prefere falar sobre Fitomedicina Integral, porque nela são levados em conta o corpo físico e suas condições médicas, além do que sentimos e pensamos.
Dito isto, vamos ao que realmente importa para nós….
Por que pode ser uma alternativa útil no Climatério/Menopausa?
Como sabemos, existem tratamentos médicos alopáticos para os sintomas que aparecem nesta etapa, como a terapia de reposição hormonal por exemplo. No entanto, devido ao medo/desconfiança ou a um impedimento específico, como uma história de câncer por exemplo, desejamos ou precisamos procurar novas opções: a fitomedicina pode ser uma delas.
Vamos olhar os sintomas e que a fitomedicina recomenda?
Fogachos
Um dos principais sintomas, já que é observado em 75% das mulheres pré-menopausadas, os fogachos duram de 1 a 2 anos após a menopausa, no entanto, em algumas mulheres, eles podem durar mais de 10 anos!
Além disso, como o fogacho está relacionado com a diminuição dos níveis de estrogênio, um dos fitoterápicos indicados é o Glycine max, e é composto pelas isoflavonas que são polifenóis alimentares.
Ou seja, é derivado de plantas com estrutura e funções semelhantes ao estrogênio, como a soja, e desta maneira ligam-se aos receptores deste.
Uma análise sistemática com 17 estudos promovida pela Maturitas (2006), mostrou uma redução ligeira a moderada nos fogachos, em mulheres com um número elevado desses sintomas por dia.
Mas não é só isso. As Isoflavonas também poderiam ser benéficas para redução do peso corporal, glicose e controle de insulina no plasma.
Em uma revisão sistemática de literatura feita pela Revista americana Nutrition, observou-se que as isoflavonas também têm efeitos benéficos na saúde óssea durante o climatério, fazendo com que a suplementação desse fitoestrógeno possa chegar a evitar a redução da densidade mineral óssea e manter uma estrutura óssea saudável durante a menopausa.
Contraindicações do Glycine max:
- Contraindicado para menores de 12 anos e pacientes alérgicos a amendoim;
- Alguns efeitos colaterais citados são náusea, distensão abdominal, constipação intestinal e dor de cabeça.
Insônia
Seja pelo Climatério, demasiado estresse ou outra causa, para dormir melhor o tratamento com fitoterápicos tem se mostrado efetivo.
Um exemplo: a Erythrina sp, mais conhecida como Mulungu. Atua como depressor do sistema nervoso central (SNC) promovendo assim um estado de relaxamento.
Além disso, esses efeitos se tornaram benéficos em quadros leves de ansiedade e insônia, atuando calmante suave.
Contraindicações da Erythrina sp:
- Nenhuma já que não é indicado na gravidez (o que não deveria ser o nosso caso)
Ansiedade
Outro fitoterápico muito usado é a Melissa officinalis, pois apresenta propriedades ansiolíticas e antidepressivas, pelo aumento dos níveis de ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro.
Um estudo feito pela Mediterranean Journal of Nutrition and Metabolism demonstrou que o tratamento com Melissa aumentou a calma, modulou o humor e reduz o estresse em pessoas saudáveis. Além de reduzir as manifestações de ansiedade e de insônia.
Contraindicações da Melissa officinalis:
- Não deve ser utilizado por pessoas com hipotireoidismo (redução da função da tireoide);
- Utilizar com cuidado em pessoas com pressão baixa.
Antes de seguir a lista de remédios naturais para menopausa, lembre-se: nem tudo que funciona para outras pessoas vai funcionar para você, pois cada organismo é dotado de suas particularidades. Então o ideal é verificar, a partir de orientação médica, qual opção é a mais adequada no seu caso.
Se você escolher esse caminho, acreditamos que é essencial que você leve em consideração algumas coisas:
- Verifique se os produtos usados “são de qualidade”.
- Tenha cuidado e sempre use as doses apropriadas (embora muitos desses produtos possam ser aumentados na medida em que entendemos a reação do corpo, é importante não exceder a dose adquirida: no caso das isoflavonas de soja, por exemplo, é recomendável tomar entre 35 e 80 miligramas por dia).
- Os especialistas em fitomedicina são os que podem nos ajudar a identificar nossas necessidades e regular a quantidade que precisamos.
- É normal que os tratamentos fitoterapêuticos mostrem resultados. Em alguns casos, até quatro semanas.
Que outras plantas podem ser úteis nesta fase?
- Valeriana, lúpulo, papoula ou maracujá: dormir e até acalmar a ansiedade.
- Hypericum: indicado em transtornos de humor.
- Sávia: planta feminina por excelência.
- Canela: dá coragem e é levemente afrodisíaca.
- Trevo vermelho (Trifolium pratense): saúde dos ossos e na redução da gordura abdominal.
- Erva-de-são-cristóvão (Black Cocosh) trata vários sintomas da menopausa como depressão, distúrbios do sono e dor nas articulações.
Para terminar, tiramos algumas dúvidas …
Esses produtos estão regulados?
Estão. A fitomedicina é apoiada pelos regulamentos dos principais países do mundo. NO Brasil No Brasil estão contemplados na Resolução (RDC) 48/2004 da Anvisa que regulamenta os medicamentos. A Organização Mundial da Saúde também os apoia.
Posso misturar Fitomedicina e Produtos Químicos?
Somente seu profissional de saúde pode aconselhar se é apropriado para o seu corpo. Em alguns casos, eles podem ser misturados e em outros decididamente não, uma vez que um pode anular a atividade do outro ou aumentar sua toxicidade. De qualquer forma, o complemento de ambos é geralmente muito usado e tecnicamente chamado de medicina integrativa (falaremos sobre isso em outra matéria).
Fontes:
https://www.infosalus.com/mujer/noticia-fitoterapia-menopausia-20160622065238.html
http://www.drjorgealonso.com.ar/QueesFitmedicina.html
http://Fitomedicina.org/