Não é nenhuma novidade que os estereótipos negativos associados à menopausa nos afastam da informação. Muitas mulheres nos contaram que foram pegas de “surpresa” porque sentiam que ainda faltava muito para “o momento chegar” e acabaram “atropeladas” por ele. É aí que percebemos que quanto mais nos informamos, mais sabemos que não existe um “momento padrão” para a chegada da menopausa.

Cada corpo é um corpo e cada história única. Por isso, queremos conversar com você sobre 5 razões para falar sobre a menopausa antes que ela chegue.

Não é novidade que muitas coisas mudaram e que o tempo do novo relógio cultural nos convida a ser donas do nosso tempo: decidir o que podemos – e queremos – fazer, desfazer e, acima de tudo, que podemos esperar. Decidir e assumir as etapas pelas quais estamos passando no nosso próprio ritmo.

Mas o que acontece quando o relógio cultural entra em contradição com nosso relógio biológico? Quando nosso corpo tem a idadeda nossa Certidão de Nascimento e não das nossas ideias, projetos, capacidades e desejos? E quantas vezes paramos para pensar que nossos óvulos têm uma “data de validade”?

Continuar a perpetuar os estereótipos e mandatos sociais que caíram sobre o nosso gênero durante séculos não é o objetivo do No Pausa. Longe disso! Mas sim, achamos importante lembrar que a fisiologia do nosso corpo pode limitar este lugar de autonomia e decisão em relação a maternidade que levamos muito tempo – e esforço – para alcançar. E nos custa muito manter.

Informação é fundamental para poder decidir e aqui nós compartilhamos 5 coisas que você precisa saber para que – da noite para o dia e como um balde de água fria – seu corpo não decida por você:

1. Afeta a muitas de nós

A “Menopausa Precoce” – tecnicamente chamada de Insuficiência Ovariana Prematura ou Insuficiência Ovariana Primária (IOP) – acontece quando os ovários começam a falhar antes dos 40 anos. Afeta 1 em cada 100 mulheres com menos de 40 anos e 1 em cada 1000 mulheres com menos de 30 anos. É um número significativo e pode acontecer com qualquer pessoa.

2. Pode nos impedir de decidir

Existe então a possibilidade de – sem aviso prévio – aprendermos que nossos valores hormonais estão entrando na menopausa, que perderemos nossa capacidade reprodutiva natural e podemos até experimentar sintomas do Climatério muito antes dos 50 anos de idade. Essa situação pode ser muito mais complexa quando um IOP é descoberto durante a busca de uma gravidez.

3. Não aceite um NÃO como resposta

É uma situação reversível (naturalmente ou com tratamento) em um percentual das mulheres que a apresentam. Mas, se nos pegar sem informação e no meio da busca pela maternidade, pode ser bastante frustrante. Uma situação complexa, difícil e com a qual nem todos os profissionais sabem como lidar em sua totalidade. Pois estamos falando de impactos de corpo e alma. Sonhos e projetos atravessados pela menopausa antes do tempo. Quando isso acontece, é fundamental buscar mais de uma opinião profissional.

4. Perguntar pode evitar alguns desgostos

História familiar, estresse extremo e doenças autoimunes são algumas das principais causas da chamada erroneamente de “menopausa precoce”. Embora a genética não seja um fator determinante, saber como nossas mães e avós passaram pela menopausa pode nos ajudar a nos preparar. Também devemos estar atentas às alterações de período. Nem sempre tudo é culpa do estresse.

5. A informação é nossa melhor aliada

Seria uma ironia que, no momento em que podemos dizer não ao mandato social de sermos mães em uma determinada idade, esqueçamos que nosso potencial reprodutivo começa a declinar a partir dos 35 anos.

A informação é sempre poder e nos dá ferramentas – independente da geração – para continuarmos conquistado espaços de decisão e planejar – quando desejada – a maternidade. E para muitas – mais do que gostaríamos -, ela começa bem antes dos 40 anos.